Resenha do livro “Setor 27 – Ameaça Nuclear”, de Daniel Pedrosa

Um laboratório secreto no interior de Goiás é invadido por militares e seu principal cientista foge, levando consigo a chave para utilização de uma cobiçada tecnologia. Trinta e três anos depois, uma crise nas bases do Setor 27 coloca seus principais líderes em conflito e um negócio de milhões surge como a oportunidade de resgatar a integridade do grupo. Um advogado e uma historiadora são convocados a impedir que a tecnologia perdida caia em mãos erradas.

Se falar de um livro que a gente gostou muito é difícil, falar de um livro que não te animou e o qual você desistiu de ler é ainda mais difícil. Esta será uma resenha inédita, porque dificilmente isso acontece comigo, então, espero ser bem claro e conseguir dizer todos os motivos que me levaram a desistir de lê-lo.

Desde a primeira vez que li sobre o lançamento de Setor 27 – Ameaça Nuclear eu criei um livro próprio em minha cabeça, devido a uma grande expectativa que tive devido ao tema. Adoro mistérios, principalmente thrillers de conspiração que envolvem segredos de Estado, e, ver uma obra dessas — escrita por um autor elogiado por seu livro de estreia, do mesmo gênero — que se passa no Brasil, me deixou muito animado. Já espera todas aquelas descrições detalhistas dos ambientes que encontramos em thrillers, os capítulos curtos que nos deixam enlouquecidos para ler mais e saber quem é o culpado ou por que aquilo está acontecendo…

Entretanto, não encontrei o que esperava, talvez um pouco da agilidade típica do gênero, mas o restante ficou de lado (o que não deixa de ser positivo, por um lado, já que o autor não seguiu os clichês do gênero, pelo menos não os ‘técnicos’). O autor tem uma grande história em mãos só que ela não me tocou, a expectativa ajudou para que isso acontecesse, e para minha desistência. Eu faço uma referência desse livro a uma peça do Shakespeare interpretada por não atores; por mais nobre a intenção deles; eles não dão conta do recado.

Não sei muito bem o que faltou para que o recado do livro chegasse até mim e ficasse — será que foi por causa dos diálogos que quase sempre (até onde li) não soavam naturais ou até mesmo vagos? Pensei até que estava passando por uma “ressaca literária”, por isso peguei outro livro para ler e, se acaso sentisse o mesmo pela história (que também é um thriller), eu daria um tempo e voltaria a lê-lo depois, mas não senti o mesmo. Então, desisti do livro, mas quem sabe daqui um tempo, quando eu tiver superado a expectativa que havia criado pela história e as impressões que tive ao tê-lo em mãos, eu não acabo por gostar dele?

O que aconteceu entre mim e Ameaça Nuclear foi extremamente uma falta de química pessoal, então, isso pode não se repetir. Talvez ele cumpra todas as suas expectativas, ou te surpreenda se você não tiver nenhuma. O Daniel Pedrosa soube criar uma boa história, seu desenvolvimento não me agradou, mas não por ser ruim.

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